A prefeita Maria Alves assumiu o mandato com discurso de renovação, prometendo modernizar a gestão e dar transparência ao uso dos recursos públicos. No entanto, o que se vê hoje é um cenário marcado por pouca clareza, decisões questionáveis, comunicação excessivamente autopromocional e um acúmulo de dúvidas sobre a condução administrativa do município.
Transparência: da promessa ao retrocesso
Um dos pontos de maior frustração entre servidores, lideranças políticas e parte da população é a falta de transparência. Processos licitatórios pouco detalhados, informações incompletas no portal da transparência e demora no fornecimento de dados oficiais criaram um ambiente de desconfiança — justamente o oposto do que se esperava.
A sensação é de que a gestão governa sem rumo não tem planejamento e esconde informações governamentais como se fossem propriedade particular do gabinete, e não um direito do cidadão.
Uma gestão em bolha
A prefeita parece governar dentro de uma bolha de ilusões inflada pelo deslumbramento. Pequenas ações rotineiras, que deveriam ser tratadas com naturalidade, são apresentadas como grandes feitos históricos — como se cada entrega, por menor que seja, representasse uma revolução administrativa.
Essa postura denota um desalinhamento entre o discurso oficial e a realidade vivida pela população, sobretudo na saúde, educação e infraestrutura.
Educação sob suspeita: CPI do FUNDEB deve ser instalada
No setor educacional, considerado um dos pilares para avaliar qualquer gestor, a situação é ainda mais delicada. Um grupo de vereadores articula a instalação de uma CPI para investigar o uso dos recursos do FUNDEB no exercício de 2025, diante de possíveis irregularidades que preocupam profissionais da área, sindicatos e órgãos de controle.
Entre os pontos que devem ser alvo de apuração estão:
- Contratos do transporte escolar, que apresentam inconsistências e valores considerados elevados para a realidade municipal;
- Folha de pagamento docente, com indícios de distorções, incluindo pagamentos que não respeitariam a proporcionalidade do piso salarial;
- Contratações para manutenção de ar-condicionado, com suspeitas de superfaturamento;
- Aquisição de materiais didáticos, em especial a compra de uma coletânea de livros de Inglês no valor de R$ 1.426.800,00, apesar de o município receber gratuitamente livros do PNLD, levantando questionamentos sobre necessidade, prioridade e economicidade.
A repercussão da possível CPI tende a pressionar ainda mais a gestão, que terá de explicar não apenas os gastos, mas também a falta de clareza com que conduz procedimentos administrativos.
Expectativa de mudança vs. frustração crescente
A população esperava uma administração mais técnica, moderna e eficiente. Entretanto, o que se observa é uma rotina de tropeços, atrasos, falhas de comunicação e decisões que parecem ignorar prioridades básicas.
Lamentavelmente, a prefeita não conseguiu até agora imprimir um ritmo de gestão capaz de acompanhar as necessidades do município. O discurso de mudança não tem se traduzido em resultados, e a prática administrativa tem sido marcada por improvisos e apagões de planejamento.
Expectativa frustrada
Com 11 meses de governo, o saldo da gestão Maria Alves é de expectativa frustrada. O município aguarda um choque de realidade no gabinete, maior responsabilidade fiscal, transparência real e governança mais madura.
Reaja, prefeita, ainda há tempo. Lembre-se: “O eleitor tolera erros, mas não tolera farsa — e, nunca dá uma segunda oportunidade para quem a comete.