O governo da Rússia emitiu nesta sexta-feira (13) uma ordem de banimento das operações do Telegram em todo o país. A decisão que permite o fim do funcionamento do app por lá veio de uma corte da capital, Moscou, após meses de batalha judicial, decorrente da recusa do mensageiro em entregar chaves de criptografia ou criar portas de acesso para que autoridades pudessem examinar as mensagens, arquivos e outros elementos trocados entre os usuários.
Segundo o governo russo, a ideia é incluir o mensageiro nas operações de combate ao crime e, principalmente, ao terrorismo. É a mesma disputa na qual nomes como Apple ou WhatsApp, por exemplo, se envolveram em outros países, com a segurança de suas aplicações impedindo até mesmo que os próprios administradores dos serviços tivessem acesso às mensagens dos usuários.
O Telegram tinha até o dia 4 de abril para permitir a entrada do governo em seus sistemas, seja por meio da entrega de chaves de criptografia ou com a abertura de uma backdoor para uso exclusivo. O descumprimento da data fez com que o Roskomnadzoe, órgão regulador das telecomunicações no país, entrasse com uma ação de banimento dois dias depois, responsabilizando a empresa como “distribuidora de informação”.
A FSB, agência de segurança da Rússia, concorda com essa visão e aponta casos em que investigações foram efetivamente atrasadas ou impedidas por conta da dificuldade no acesso a dados do Telegram. O terrorista que explodiu uma bomba no metrô de São Petersburgo, por exemplo, utilizou a aplicação para falar com cúmplices que a polícia não conseguiu verificar a identidade, justamente, por não possuir acesso às mensagens trocadas por ele.
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