As zonas úmidas, como pântanos e manguezais, cobrem cerca de 4% a 6% da superfície da terra; a estimativa é de que pelo menos 64% das áreas pantanosas tenham desaparecido desde 1900 e cerca de 87% desde o ano 1700.
As zonas úmidas contribuem para controlar o clima e apoiam os ecossistemas e a biodiversidade. Nessas áreas habitam povos indígenas e elas são fonte de recursos naturais para várias comunidades.
De acordo com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Fida, áreas úmidas, como pântanos e manguezais, fornecem água potável, energia, peixes, agricultura, transporte, lazer, valores culturais e turismo. Mas elas estão desaparecendo da terra três vezes mais rápido do que as florestas.
Convenção Ramsar
No final deste mês de outubro, entre os dias 21 e 29, acontecerá em Dubai a 13ª Reunião da Conferência das Partes Contratantes da Convenção Ramsar sobre Zonas Úmidas. O tema deste ano será “Zonas úmidas para um futuro urbano sustentável.”
A Convenção Ramsar é considerada a principal iniciativa internacional para lidar com a questão. O tratado, adotado em 1971, foi assinado por 169 Estados-membros das Nações Unidas.
Informações da Convenção mostram que tanto as zonas úmidas interiores como as costeiras diminuíram em cerca de 35%, desde que dados passaram a serem coletados. A estimativa é de que pelo menos 64% das zonas úmidas foram perdidas desde 1900 e cerca de 87% desde 1700.
Ações Humanas
Ações humanas estão por trás destes índices. De acordo com o Fida, atividades agrícolas usam 65% do total de água consumida mundialmente. Indústrias como a do papel e de bebidas também utilizam grandes quantidades de água. Entre outros fatores está o aumento do nível do mar que inunda áreas úmidas rasas e a desertificação que afeta outras áreas úmidas, como estuários e várzeas. O Fida alerta que o declínio de zonas úmidas representa um risco para a biodiversidade e os meios de subsistência. Muitas espécies animais dependem delas.
Ameaças
Dados da Convenção Ramsar indicam que 81% das espécies encontradas em zonas úmidas no interior e 36% daquelas que habitam estas áreas na costa diminuíram desde 1970. Peixes, aves aquáticas e tartarugas estão seriamente ameaçadas, com 25% destes sofrendo risco de extinção.
O aumento da poluição e a utilização excessiva da terra afetam a qualidade da água das zonas úmidas. De acordo com o Fida, isso impacta a vidas das comunidades que vivem próximas às zonas úmidas.
Águas residuais não tratadas, resíduos industriais, escoamento agrícola e erosão podem comprometer seriamente a água, aumentando os níveis de nitrogênio, fósforo, salinidade e bactérias coliformes fecais. Desde a década de 1990, a poluição da água piorou em quase todos os rios da América Latina, África e Ásia.