A tão comentada visita da prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, a Arari foi tudo — menos uma cerimônia de homenagem. O que era para ser um gesto simbólico virou um espetáculo político calculado, construído em cima de um título de cidadania concedido no ano de 2000 e inexplicavelmente ignorado por quase 26 anos.
Que serviços relevantes Maura prestou a Arari para receber o título? E por que a “homenageada” deixou passar duas décadas sem sequer se importar com a honraria?
Sem se importar com tais questionamentos, Maura desembarcou em Arari no momento exato em que seu filho — hoje com 27 anos — articula uma candidatura a deputado. A coincidência é tão perfeita que parece roteiro idealizado sob encomenda.
Autopromoção, bravata e provocação
O ato, organizado por vereadores aliados de Maria Alves, foi transformado num “presente de Grego”, à prefeita da cidade. O desfecho não poderia ser diferente. Em vez de priorizar a homenagem, Maura Jorge preferiu partir para cima da prefeita Maria Alves com afiados ataques pessoais, surradas frases de efeito e o manjado jeito de fazer política na base da bravata.
Em seu discurso Maura, repetiu exaustivamente o próprio currículo, como se número de mandatos fosse salvo-conduto para desrespeito institucional. E ainda tentou posar de vítima da prefeita de Arari.
O público notou: não era homenagem; era provocação.
Usando expressões como “eu topo a parada” e “tu brinca de fazer política, eu não brinco não”, Maura deixou claro que não estava ali para solenidade — estava ali para brigar, marcar território e criar narrativa.
O teatro político desmascarado por Márcio Jardim
A encenação não passou despercebida. Em vídeo divulgado nas redes Márcio Jardim foi direto ao ponto e desmontou a farsa:
“Compartilho com meus irmãos e irmãs ararienses algumas impressões sobre essas festas políticas tentando iludir nossa população. Querem fazer o povo acreditar que existe um grupo dividido em dois — só para beneficiar duas candidaturas a deputado. A população arariense não cairá nessa armadilha.”
Márcio lembrou o óbvio: Maura ignorou o título por 26 anos, mas hoje aparece para recebê-lo ao lado do filho — justamente agora que o rapaz precisa de votos em Arari.
“Ela não veio buscar o título antes porque não interessava. Hoje interessa, porque o filho dela é candidato.”
Ele relembrou que durante a campanha eleitoral dizia-se que Maura Jorge teria colaborado com a eleição da prefeita que hoje ela ataca. Ou seja, as duas, supostamente rivais, estariam ligadas por interesses políticos muito mais parecidos do que admitem.
A conclusão de Márcio foi cortante: “Maria e Maura Jorge são duas faces da mesma moeda.” E completou com ainda mais contundência: “O povo de Arari quer propostas e projetos — não frases repetidas a cada eleição.”
Pretexto e oportunismo
O episódio expôs uma verdade incômoda: a homenagem atrasada não passou de pretexto eleitoral, um ato disfarçado de homenagem para o início da caça aos votos em Arari.
No fim, a visita de Maura Jorge não deixou dúvidas: não veio por Arari, não veio pelo título, não veio pela homenagem. Ela só veio buscar o título agora porque precisa de votos. Simples assim.