Organização Mundial de Meteorologia diz que não existem sinais de mudança na tendência que impulsiona mudanças climáticas de longo prazo, elevação do nível do mar, acidificação dos oceanos e clima mais extremo.
Novo estudo da Organização Mundial de Meteorologia, OMM, indica que as concentrações médias globais de dióxido de carbono, CO2, atingiram 405.5 partes por milhão, ppm. Em 2015, a concentração era de 400.1 ppm e em 2016 era de 403.3 ppm.
De acordo com o Boletim de Gases de Efeito Estufa publicado pela agência, este é um novo recorde e não existem sinais de mudança na tendência que impulsiona as mudanças climáticas de longo prazo, a elevação do nível do mar, a acidificação dos oceanos e o clima mais extremo.
O dióxido de carbono é o principal gás de efeito estufa de longa duração na atmosfera. O nível de concentração apontado em 2017 pelo estudo apresenta um aumento de 146% em relação à era pré-industrial, antes de 1750.
Ciência
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que a ciência é clara e que “sem cortes rápidos dos níveis de CO2 e outros gases de efeito estufa, a mudança climática terá impactos destrutivos e irreversíveis cada ver maiores na vida no Planeta.” Ele alertou que “a janela para a chance de agir está quase fechada.”
Taalas também explicou que “na última vez que o Planeta experimentou uma concentração comparável de CO2 foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás, quando as temperaturas eram entre 2°C e 3°C mais quentes e o nível do mar era entre 20 e 30 metros mais alto do que agora.”
O Boletim da OMM indica que as concentrações de metano e óxido nitroso também subiram. Ao mesmo tempo, ressurgiu uma substância potente de gases de efeito estufa e destruidora da camada de ozônio. A chamada CFC-11 é regulada por um acordo internacional para proteger a camada de ozônio.
Evidências
Provas científicas também apresentadas recentemente pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, Ipcc, apontam que seria necessário que as emissões de CO2 chegassem a zero até 2050 para manter o aumento de temperatura no Planeta abaixo de 1,5°C.
De acordo com as Nações Unidas, juntos, estes dados fornecem a base científica para a tomada de decisões nas negociações sobre mudanças climáticas, que ocorrerão entre 2 e 14 de dezembro na Polônia.
O objetivo principal do encontro é adotar diretrizes de implementação do Acordo de Paris, que busca manter o aumento da temperatura global o mais próximo possível de 1,5°C.
O Boletim de Gases de Efeito Estufa é feito com base em dados do Programa Global de Observação da Atmosfera da OMM. O programa acompanha a mudança dos níveis dessas substâncias como resultado da industrialização, do uso de energia de fontes de combustíveis fósseis, de práticas agrícolas intensificadas, do aumento no uso da terra e do desmatamento.