Novo relatório da Organização Mundial de Saúde foi lançado esta sexta-feira; lesões causadas pelo trânsito são a principal causa de morte de crianças e jovens entre os cinco e 29 anos.
As mortes nas estradas continuam aumentando no mundo, com um total anual de 1,35 milhão de mortes, segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS.
A pesquisa afirma que as lesões causadas pelo trânsito são hoje a principal causa de morte de crianças e jovens entre os cinco e 29 anos.
Soluções
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que "essas mortes são um preço inaceitável a pagar pela mobilidade."
Para ele, “não há desculpa para a falta de ação” porque “este é um problema com soluções comprovadas.” Ghebreyesus diz que relatório “é um apelo aos governos e parceiros para que tomem medidas muito maiores para implementar essas medidas.”
Apesar do aumento no número de mortes, as taxas de mortalidade estabilizaram-se nos últimos anos. Isso sugere que os esforços de segurança em alguns países de renda média e alta mitigaram a situação.
O fundador e diretor executivo da Bloomberg Philanthropies, Michael Bloomberg, disse que "a segurança no trânsito é uma questão que não recebe a atenção que merece.” Para o embaixador global da OMS, esta “é realmente uma das grandes oportunidades para salvar vidas em todo o mundo."
O empresário explicou que já se conhecem as medidas que funcionam, destacando políticas fortes e fiscalização, desenho de estradas inteligentes e campanhas para aumentar a consciência pública.
Progressos
O relatório documenta a redução de mortes em 48 países de renda média e alta desde que o informe publicado em 2015. Por outro lado, nem um único país de baixa renda reduziu o número total de mortes.
Desde a última edição do relatório, três regiões do mundo relataram um declínio nas taxas de mortalidade no trânsito: Américas, Europa e Pacífico Ocidental.
Diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus., by ONU/Daniel Johnson
O relatório atribui os progressos nos paises de renda média e alta a uma melhor legislação em relação aos principais riscos, como o excesso de velocidade, consumo de alcool, uso de cintos de segurança, capacetes para motociclos e sistemas de retenção para crianças.
A pesquisa também destaca infra-estruturas mais seguras, como melhores pisos e pistas exclusivas para ciclistas e motociclistas, melhores padrões de veículos, como os que exigem controle eletrônico de estabilidade e travagem, e melhoria dos cuidados pós-colisão.
O risco de morte no trânsito continua sendo três vezes maior nos países de baixa renda do que nos países de alta renda. As taxas mais elevadas encontram-se em África, 26,6 pessoas por cada 100 mil, e as mais baixas na Europa, 9,3 por 100 mil.
Vítimas
Em todo o mundo, pedestres e ciclistas são responsáveis por 26% de todas as mortes no trânsito. Esse número chega a 44% na África e 36% no Mediterrâneo Oriental.
Quanto a motociclistas e passageiros, são responsáveis por 28% de todas as mortes. A proporção é maior em algumas regiões, por exemplo no Sudeste Asiático, onde chega a 43%, e 36% no Pacífico Ocidental.
Relatório
Este relatório, divulgado a cada dois ou três anos, é a principal ferramenta de medir os progressos na Década de Ação para Segurança Viária 2011-2020.
Em comparação com a pesquisa anterior, divulgada em 2015, mais 22 países melhoraram suas leis, cobrindo mais 1 bilhão de pessoas;
Neste momento, 46 países, representando 3 bilhões de pessoas, possuem leis que estabelecem limites de velocidade alinhados com as melhores práticas. O mesmo se passa com outras 45 nações, com 2,3 bilhões de pessoas, e leis sobre consumo de álcool.