Divulgado no início do mês de junho, estudo sobre perdas de água realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, aponta a grande ineficiência do país no controle de perdas do recurso hídrico, em que mais de 40% da água é desperdiçada antes de chegar nas residências do país. O relatório analisou a situação em diversas localidades, fornecendo insights valiosos para aprimorar a gestão dos recursos hídricos.
Com mais de 14 milhões de habitantes sem acesso à água potável, a região Nordeste ainda enfrenta desafios nos indicadores de perdas. A região perde 46,15% do recurso produzido nos sistemas de distribuição, o que significa que quase metade da água tratada é desperdiçada antes de chegar às casas dos consumidores.
Quadro 1 • Perdas na distribuição por macrorregião (2021)
As perdas na distribuição de água são causadas por diversos fatores, como vazamentos nas tubulações, fraudes ou ligações clandestinas. Além disso, a falta de investimentos em infraestrutura também contribui para o problema. Para reduzir as perdas, são necessárias medidas como a substituição de tubulações antigas, a instalação de medidores de consumo, a fiscalização contínua e a conscientização da população sobre a importância do uso consciente da água.
Quadro 2 • Índice de Perdas na Distribuição nos estados do Nordeste
Entre os estados da região Nordeste, apenas Bahia e Paraíba apresentam perdas menores que a média nacional (40,15%). O maior desperdício do recurso hídrico é visto no Maranhão, em que mais da metade da água potável não chega nas residências da localidade – o mesmo acontece no Rio Grande do Norte. Por fim, é possível observar que os nove estados da região estão longe da meta estabelecida para 2034 pela Portaria 490/2021 do MDR de se alcançar 25% em perdas na distribuição (IN049).
A ineficiência no controle de perdas corrobora para que mais cidadãos do Nordeste fiquem sem o acesso do recurso tão fundamental para a vida. Uma vez que a região volte os esforços para solucionar este desafio, mais habitantes serão abastecidos com água potável. Ainda na região Nordeste, o saneamento é precário em áreas rurais e periféricas. Muitas comunidades não têm acesso a água potável e saneamento básico adequado, o que aumenta o risco de doenças e afeta a qualidade de vida dos moradores. Para solucionar esse problema, é necessário investir em infraestrutura e em programas de conscientização e educação ambiental. A falta de água potável e saneamento básico adequado afeta a produtividade das empresas e dificulta o desenvolvimento econômico da região, segundo o estudo “Benefícios Econômicos do Brasil”, lançado pelo Instituto Trata Brasil.