Diante do surgimento de novos casos de gripe aviária no país, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) orientou os estados a declararem emergência zoossanitária. Os primeiros casos da doença ocorreram no Espírito Santo, na cidade de Serra, e em Santa Catarina, numa pequena propriedade no município de Maracajá.
Na última quinta-feira (20), o ministro Carlos Fávaro orientou os governos estaduais a declararem emergência zoossanitária e reforçarem as ações de contenção para evitar o avanço da doença, principalmente em aves comerciais. Em maio deste ano, o Mapa já havia declarado estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial da União.
O veterinário Lucas Edel afirma que a declaração de emergência não só evita a proliferação da doença, mas também serve como apoio do governo aos produtores, entre outros objetivos.
“A ideia de declarar essa emergência é aumentar a sensibilidade sobre essa doença e, consequentemente, também aumentar a vigilância para reduzir o risco de transmissão e dispersão desse vírus para outros locais”, afirmou.
Segundo o ministério, para efetivar o combate à gripe aviária, é necessário que os estados também adotem medidas semelhantes, reforçando o alerta mesmo em localidades onde não há registros da doença, como o atendimento a todas as suspeitas de influenza aviária e realização de testes laboratoriais (veja lista abaixo).
- Vigilância passiva com o atendimento a todas as suspeitas de influenza aviária e realização de testes laboratoriais;
- Vigilância ativa para influenza aviária realizada em sítios de aves migratórias, plantéis avícolas comerciais e de subsistência;
- Controle de trânsito interno e controle de médicos veterinários habilitados à emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA);
- Atualização contínua de cadastro de estabelecimento avícola;
- Controle dos produtos biológicos registrados, que são submetidos a testes de pureza e inocuidade; e
- Capacitação do quadro técnico do Serviço de Verificação de óbito (SVO).
Além de afetar a saúde dos animais, causando espirros, secreções nasais e problemas respiratórios, a gripe aviária também é prejudicial aos seres humanos, como explica Lucas Edel.
“A gripe aviária ou influenza, que é a mesma coisa, é um vírus que tem predileção por afetar o trato respiratório dos animais e dos seres humanos. Então, é um vírus que atua principalmente no trato respiratório inferior, incluindo os pulmões, e também no trato respiratório superior, nas cavidades nasais”, concluiu.
Com o surgimento do primeiro caso da doença em Santa Catarina, o Japão suspendeu a compra de aves vivas e de carne de aves produzidas no estado. Santa Catarina é o segundo maior exportador de frango do país e, somente no primeiro semestre, comercializou 545,5 mil toneladas para fora do Brasil. O Japão foi o destino de 219,8 mil toneladas, um aumento de 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
O produtor rural deve estar atento aos sinais da doença em suas aves. Dentre os indícios de infecção pelo vírus estão morte súbita, depressão severa, apatia, diminuição ou ausência de consumo de ração e falta de coordenação motora.