Robert Friedrichs, aposentado e apaixonado por história, começou sua investigação em 2000, ao ajudar na inauguração do Museu Atômico de Las Vegas. Ele tinha apenas uma foto em preto e branco de uma jovem sorridente, vestida com um maiô em forma de nuvem de cogumelo, e o pseudônimo Lee A. Merlin.
A foto, que mostra a dançarina do Sands Hotel, virou ícone ao unir o espetáculo nuclear dos testes realizados entre 1951 e 1992 com o glamour de Las Vegas. Em 1957, um fotógrafo capturou a imagem da dançarina em trajes inspirados na explosão atômica, criando uma figura que ajudou a moldar a identidade da cidade.
Friedrichs vasculhou arquivos, entrevistou ex-dançarinas, localizou o fotógrafo Don English — que faleceu em 2006 — e reuniu pistas, mas sem sucesso por anos. Até que, no inverno passado, após uma palestra, recebeu uma dica: a mulher era Anna Lee Mahoney, nascida em 1927 no Bronx, que tinha sido estrela no Sands e, depois, conselheira de saúde mental.
Confirmando a identidade, Friedrichs descobriu que Lee A. Merlin era, na verdade, Anna Lee Mahoney, que faleceu em 2001 na Califórnia. A foto, que virou símbolo de Las Vegas, agora tem seu nome revelado.
Instalação no Museu Atômico de Las Vegas; à direita, ímãs de geladeira à venda na loja do museu
Crédito: Getty Images
A história será exibida em uma mostra no Museu Atômico de Las Vegas, inaugurada em 13 de junho. Friedrichs, que também visitou o fotógrafo Don English antes de sua morte, acredita que essa descoberta é mais do que uma simples resolução de mistério — é uma correção na história.
Leia o texto original e completo, produzido pela jornalista e estudante de História pela USP, Giovanna Gomes, no site Aventuras na História.