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Câmara realiza sessão solene para lembrar 20 anos da morte de Luís Eduardo Magalhães
Novidades
Publicado em 27/04/2018

Deputados e políticos diversos ressaltaram, nesta quarta-feira (25), a habilidade política de Luís Eduardo Magalhães, que morreu em 1998 aos 43 anos de idade, quando era líder do governo de Fernando Henrique Cardoso na Câmara dos Deputados. A capacidade de ser firme em seus propósitos e, ao mesmo tempo, respeitar a democracia e as ideias de seus adversários foi a característica mais destacada do político homenageado em sessão solene no plenário Ulysses Guimarães, 20 anos após sua morte por infarto, ocorrida em um 21 de abril.

 

Nascido em 16 de março de 1955 em Salvador, filho do também político Antônio Carlos Magalhães (1927-2007), Luís Eduardo foi deputado estadual de 1979 a 1987 e deputado federal de 1987 até sua morte. Presidiu a Câmara entre 1995 e 1997. Como presidente, exerceu papel importante na quebra do monopólio da Petrobras e na aprovação da Lei Geral de Telecomunicações. Quando morreu, estava em pré-campanha ao governo da Bahia pelo então PFL, hoje DEM.

 

Ao abrir a sessão solene, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse saudar não apenas as virtudes de um político, mas também os princípios, os valores e os objetivos que serviram de referência a seus contemporâneos e continuam atuais.

 

“Quando ocupou esta presidência, Luís Eduardo defendeu, com a elegância e a firmeza que lhes eram próprias, a abertura do País ao comércio internacional, ao capital estrangeiro e à livre iniciativa. Por suas mãos, passaram decisões fundamentais para a história recente”, discursou Maia. “Empenhado nas reformas propostas pelo governo
Fernando Henrique Cardoso, o deputado Luís Eduardo Magalhães conduziu a aprovação de mais de 50 projetos de lei e 14 emendas constitucionais de interesse do País. Atuou para fazer avançar a reforma da Previdência, questão que teremos que voltar a enfrentar para garantir a solvência das contas nacionais”, disse ainda.

 

Diálogo
Autor do requerimento para realização da sessão solene, o líder do DEM, deputado Rodrigo Garcia (SP), afirmou que a morte de Luís Eduardo aos 43 anos interrompeu uma trajetória e a esperança de que uma nova geração de lideranças assumisse as rédeas e o futuro da Nação. “Luís Eduardo compreendeu como poucos a realidade da vida democrática. Sabia ver e ouvir, dialogando com a mesma facilidade com correligionários e adversários”, destacou.

 

Deputado que fez oposição a Luís Eduardo e ao governo de Fernando Henrique Cardoso, Arlindo Chinaglia (PT-SP) também demonstrou admiração pelo político baiano. Nas palavras de Chinaglia, as reformas conduzidas por Luís Eduardo tratavam de privatizações de setores estratégicos para o País.

 

“Não era um momento onde nos amávamos politicamente. Fazíamos disputa dura, como é próprio daqueles que são eleitos para defender posições. [Luís Eduardo] era alguém que tinha posições políticas, posições ideológicas e as defendia”, lembrou o deputado do PT. “Entretanto, Luís Eduardo respeitava o regimento. É a maneira mais fácil e segura de garantir a democracia na Casa.”

 

Documentário 
Durante a sessão solene, foi exibido um documentário produzido pela TV Câmara sobre a vida de Luís Eduardo Magalhães. Uma das falas do então deputado constituinte no vídeo demonstra suas convicções liberais: "O que nós temos é a preocupação de elaborar um texto que não seja xenófobo, um texto que não espante capital estrangeiro do Brasil. E um texto também que dê competitividade às nossas empresas, porque nós não podemos gerar um grau de protecionismo tão grande, que a sociedade acabe pagando esse preço”.

 

A sessão contou ainda com a presença de políticos como o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, que é sobrinho de Luís Eduardo Magalhães. A família do baiano também compareceu à cerimônia.

 

Exposição
As homenagens a Luís Eduardo Magalhães na Câmara incluem a exposição fotográfica “Luís Eduardo, 20 anos depois”, aberta nesta quarta no Salão Nobre da Casa e que pode ser visitada até 5 de maio. A mostra é realizada com a colaboração da família Magalhães, do acervo fotográfico dos jornais Correio da Bahia, A Tarde e O Globo, da Câmara dos Deputados e da Editora Abril.

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