O Google vai iniciar a construção de um novo cabo submarino transatlântico, que ligará a América do Norte à Europa. Anunciado nesta quarta-feira, 18, o cabo, batizado de Dunant em homenagem a Henry Dunant, fundador da Cruz Vermelha e primeiro ganhador do Nobel da Paz, deve estar operacional ao final de 2020.
O Dunant tem algumas peculiaridades que o diferenciam de outros cabos submarinos. O Google conta que ele será o primeiro cabo transatlântico construído por uma empresa privada que não opere no setor de telecomunicações. Ele ligará, mais especificamente a cidade de Virginia Beach até a costa oeste da França, atendendo também a região da Bélgica, ampliando a capacidade do Google Cloud, a plataforma em nuvem da empresa.
Tradicionalmente, a tarefa de criar um cabo que cruze o oceano é feita em um consórcio com outras empresas, normalmente de telecomunicações, por se tratar de uma atividade cara. No entanto, o Google vê três vantagens em controlar todo o processo de produção e instalação:
- Desempenho e latência: cabos são feitos para servir uma rota específica. Quando construímos de forma privada, podemos escolher esta rota baseado no que vai nos oferecer a menor latência para o maior grupo de clientes. Neste caso, queríamos conectividade através do Atlântico que fosse perto de certos data centers.
- Capacidade: A largura de banda que queremos entregar pode variar bastante dependendo do que já existe e do que nossos consumidores mais precisam, agora e no futuro. Nosso planejamento de capacidade já inclui estimativas das necessidades do Google e de nossos clientes para vários anos.
- Largura de banda garantida por toda a vida útil do cabo: A vida útil de um cabo pode variar entre 15 e 25 anos, mas como em muitos projetos de infraestrutura ele algumas vezes continua servindo a rota além de sua vida útil projetada inicialmente. Nossa capacidade de garantir aos clientes um determinado nível de conectividade os ajuda a criar planos para o futuro de seu negócio de forma confiante.
O Google também tem outros três projetos de cabos submarinos, que devem começar a sair do papel em 2019, com o mesmo objetivo do Durant, de expandir a capacidade de sua plataforma de computação em nuvem. O primeiro, chamado de Curie (homenagem à cientista Marie Curie, pioneira nas pesquisas com radioatividade), ligará o Chile a Los Angeles e será outro projeto privado. Já o Havfrue (“sereia” em dinamarquês) ligará os EUA à Dinamarca e à Irlanda, enquanto o cabo Hong-Kong-Guam (HK-G) ligará partes da Ásia; ambos serão desenvolvidos por um consórcio com outras empresas.
Fonte: Canaltech