O juiz federal Sérgio Moro é um personagem assíduo da boataria que circula pelas redes sociais. No caso do magistrado, as mentiras costumam ser usadas para idolatrar sua imagem. É o caso de uma falsa entrevista publicada pelos sites ‘News Atual’ e ‘Diário do Brasil’, cujo título dizia “Medo de morrer? Não! Já lidei com traficantes perigosos”.
A própria Justiça Federal do Paraná desmentiu ao Estadão Verifica o conteúdo da suposta entrevista. “As informações contidas nesta notícia não são verdadeiras”, afirmou a assessoria. Em pouco mais de três horas de publicação, a notícia falsa tinha 1,9 mil interações no Facebook, compartilhada por páginas como “Apoiamos a Operação Lava Jato- Juiz Sérgio Moro”, “Mexeu com General Mourão, mexeu com toda a nação” e “Jair Bolsonaro 2018, A última esperança da nação”.
Na entrevista inventada, Moro fala que quer sair do País – “para mе ԛuаlіfісаr mаіѕ e аbrіr a mente” -, diz que ficará até o final da Operação Lava Jato e pede o apoio da sociedade. “Um juіz nãо pode julgаr dе асоrdо com a opinião рúblіса, mas аѕ mаnіfеѕtаçõеѕ a fаvоr dа Lаvа-Jаtо foram essenciais”, afirma um trecho do texto.
Em abril, um caso de notícia falsa contra o juiz foi parar na Justiça. Os desembargadores da 5.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3) condenaram o jornalista Miguel Baia Bargas, do blog “Limpinho & Cheiroso”, por calúnia e difamação contra Moro. Em 2015, o site publicou um post com o título “Paraná: Quando Moro trabalhou para o PSDB, ajudou a desviar R$ 500 milhões da Prefeitura de Maringá”.
Uma mensagem enviada por leitores ao número do Estadão Verifica, (11) 99263-7900, se vale do nome de Moro para pedir que os eleitores evitem reeleger candidatos. “Todo Congressista Nacional que NÃO FOR REELEITO, perde o foro privilegiado e, consequentemente será preso pela Polícia Federal, exatamente como ocorreu com o Deputado Federal Eduardo Cunha”, afirma o texto falso. A declaração nunca foi feita por Sérgio Moro.
Outra corrente no aplicativo que inventa uma mensagem do juiz já foi desmentida por aqui. Trata-se de um clássico dos boatos no WhatsApp: o texto em que o magistrado supostamente pede para a população votar nulo em outubro.
Reproduzido do site Estadão