Em nova etapa do processo de interiorização, 130 venezuelanos foram transferidos nesta terça-feira (24) de Boa Vista para outras quatro capitais. Eles foram levados para abrigos de Cuiabá (24), Brasília (50), São Paulo (20) e Rio de Janeiro (36).
Os solicitantes de refúgio ou residência embarcaram em Boa Vista por volta das 8h (horário local) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino às outras quatro capitais. Todos os selecionados aceitaram participar da interiorização, foram vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil – inclusive com CPF e carteira de trabalh
A interiorização é uma iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida em outros Estados brasileiros.
O processo tem o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A partir das vagas disponíveis e do perfil dos abrigos participantes do processo de interiorização, o ACNUR identifica os interessados em participar da estratégia. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte. O UNFPA promove diálogos com as mulheres e população LGBTI para que se sintam fortalecidas neste processo. Já o PNUD trabalha na conscientização do setor privado para a absorção da mão de obra refugiada.
Em Cuiabá, os venezuelanos ficarão no Centro Pastoral do Migrante, da Sociedade dos Missionários de São Carlos. Este local recebe, em geral, homens e mulheres sozinhos, além de mulheres com crianças e também famílias.
O Aldeias Infantis SOS é a organização responsável pelo acolhimento em Brasília, atendendo prioritariamente famílias com crianças.
Em São Paulo, o acolhimento é de responsabilidade da Casa do Migrante Missão Paz, que recebe homens ou mulheres sozinhos, além de mulheres com crianças e famílias.
No Rio de Janeiro, mulheres e crianças foram recebidas na Casa de Acolhida Papa Francisco, administrada pelo Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ.
Interiorização
Entre abril e julho, 690 venezuelanos foram levados para outras cidades. Desses, 267 foram para São Paulo (SP), 165 para Manaus (AM), 95 para Cuiabá, 69 para Igarassu (PE), 44 para Conde (PB) e 50 ao Rio de Janeiro (RJ).
A interiorização depende de interesse das cidades de destino e da existência de vagas em abrigos. Reuniões prévias com autoridades locais e coordenação dos abrigos definem detalhes sobre atendimento de saúde, matrícula de crianças em escolas, ensino da Língua Portuguesa e cursos profissionalizantes.