Preso em regime domiciliar desde abril, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) infringiu uma das condições impostas a ele para não ficar atrás das grades e tentou falar com um “ministro” pelo telefone nessa quarta-feira (8). Porém, Maluf ligou por engano para o jornal Valor Econômico. O telefonema ocorreu no mesmo dia em que a Mesa Diretora da Câmara resolveu adiar mais uma vez a decisão sobre a cassação de seu mandato.
Segundo o Valor, o deputado ligou cinco vezes para um número de celular do jornal que acreditava ser de um “ministro” entre as 8h45 e as 9h24 de ontem. Ao ser atendido pela repórter, Maluf demonstrou surpresa ao perceber que havia se enganado. "Esse número não é do ministro?", insistiu.
De acordo com a reportagem, em pouco mais de um minuto de conversa, Maluf não chegou a especificar com qual ministro gostaria de falar. Afirmou que se sentia bem, que estava em uma sessão de fisioterapia, e brincou dizendo que não era fácil transformar um carro velho em uma Ferrari novamente.
A Vara das Execuções Criminais do Fórum Criminal central de São Paulo, responsável por fiscalizar e estabelecer as regras do regime domiciliar do deputado, informou ao jornal que o deputado não poderia fazer ligações, pois deve seguir "as mesmas restrições que teria se estivesse cumprindo sua pena no regime fechado".
A própria defesa de Paulo Maluf demonstrou surpresa ao tomar conhecimento do telefonema. "A defesa esclarece que tem orientado que Maluf rigorosamente não mantenha contato com pessoas não autorizadas, salvo situação excepcional e de urgência, que deverá ser imediatamente comunicada ao juízo de execuções na sequência", disse ao Valor o advogado Marcelo Turbay.
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