"Por favor, saia da sala, feche a porta e inicie uma desinfecção", diz um robô.
"Agora, ele também fala em chinês", diz Simon Ellison, vice-presidente da empresa UVD Robots, enquanto demonstra o funcionamento da máquina.
Através de uma janela de vidro, observamos como o robô navega por uma sala que imita um ambiente hospitalar e mata micro-organismos por meio de luz ultravioleta.
"O negócio já estava crescendo em um ritmo bastante alto, mas o novo coronavírus aumentou a demanda", diz Per Juul Nielsen, executivo-chefe da companhia.
Ele afirma que "caminhões" de robôs foram enviados para a China, em particular a Wuhan, primeiro epicentro da epidemia. As vendas em outros lugares da Ásia e da Europa também estão crescendo.
"A Itália tem gerado uma demanda muito forte", acrescenta Nielsen. "Eles realmente estão em uma situação desesperadora. É claro que queremos ajudá-los."
Como a tecnologia funciona
A produção foi acelerada, e a empresa leva agora menos de um dia para fabricar um robô em suas instalações em Odense, a terceira maior cidade da Dinamarca e lar de um crescente centro de robótica.
Brilhando como sabres de luz, oito lâmpadas emitem luz ultravioleta UV-C concentrada. Isso destrói bactérias, vírus e outros micróbios nocivos, danificando seu material genético, para que não consigam se multiplicar.
Também é prejudicial para os seres humanos, por isso esperamos do lado de fora. O trabalho é realizado em 10 a 20 minutos. Depois, fica um cheiro parecido com o de cabelos queimados.
"Existem muitos organismos problemáticos que dão origem a infecções", explica Hans Jørn Kolmos, professor de microbiologia clínica da Universidade do Sul da Dinamarca, que ajudou a desenvolver o robô.
"Se você aplicar uma dose adequada de luz ultravioleta em um período adequado de tempo, poderá ter certeza de que se livrará deles".
Ele acrescenta: "Esse tipo de desinfecção também pode ser aplicado a situações epidêmicas, como a que vivemos agora".
Ao custo de US$ 67 mil (R$ 340 mil) cada, o robô foi projetado para reduzir a probabilidade de infecções hospitalares, que podem ser difíceis de tratar e podem causar mortes.