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O couro velho da Rua da Barata: uma boa lenda resgatada pelo professor Adenildo
O texto a seguir é uma reprodução integral de uma postagem do site Ararizando, editado pelo membro-fundador da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências – ALAC, Adenildo de Jesus Costa Bezerra (professor Adenildo)
Publicado em 30/03/2025 15:54
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Na antiga Arari, uma rua carregava um nome promissor: Boa Esperança. Contudo, ao cair da noite, a esperança cedia lugar ao temor, pois um mistério ali se desenrolava. Os moradores, trancados em suas casas, ouviam, noite após noite, o som angustiante de algo sendo arrastado sobre a piçarra. O ruído áspero e prolongado ecoava na escuridão, espalhando calafrios e sussurros assustados.

 

Diziam que se tratava de um couro velho, deslizante e inquieto, como se tivesse vida própria. Ninguém ousava abrir a porta para testemunhar a origem do estranho fenômeno. A cidade, adormecida, compartilhava o mesmo pesadelo, e cada amanhecer trazia apenas perguntas sem respostas.

 

Porém, houve um homem que, tomado pela coragem ou pela insensata curiosidade, decidiu romper o pacto do medo. Quando a noite se aprofundou e o silêncio foi cortado pelo arrastar sinistro, ele postou-se junto à mençaba — uma porta frágil feita de palha de babaçu. Com um movimento lento, afastou um pedaço da proteção e espiou para fora.

 

O que viu? Nada. O que ouviu? O mesmo som aterrador, agora mais próximo, mais intenso, como se o próprio invisível estivesse à espreita.

 

Um arrepio percorreu-lhe a espinha, e o pavor apoderou-se de seu espírito. Não era um animal, não era um homem, não era algo deste mundo. O couro velho era uma assombração.

 

Desde então, ninguém mais tentou desvendar o mistério. O couro velho continuou seu percurso sombrio, desafiando a lógica e alimentando o medo dos habitantes. Com o tempo, a Rua Boa Esperança mudou de nome, tornando-se a Rua Coronel Pedro José de Ericeira, em homenagem a um ilustre pecuarista e político da região.

 

Mas a memória do inexplicável persistiu, e por gerações a rua foi chamada de Rua da Barata, como se um novo nome pudesse ocultar a verdade do passado.

 

O tempo passou, e com o avanço da cidade, o couro velho cessou sua marcha espectral. Mas para os mais antigos, quando a noite se instala e o vento dança sobre as pedras, ainda há quem diga ouvir um ruído distante, um lamento áspero, um sussurro de algo que nunca se foi por completo.

 

Tá a fim de ler crônicas, poemas, biografias, dicas de livros e outros temas relacionados à cultura arariense? Visite o site Ararizando Conhecimento a serviço de Arari, editado pelo professor Adenilzo Bezerra, membro-fundador da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências – ALAC.

A ILUSTRAÇÃO DESTA POSTAGEM FOI CRIADA POR IA

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