“Algumas músicas curam e ninguém sabe por quê”, afirma Marcus Viana
Com a experiência de mais de quarenta anos de carreira, o compositor e multi-instrumentista mineiro Marcus Viana se enveredou por essa busca como quem encara a missão de curar almas. Ele está interessado nas melodias que transformam e que podem ajudar as pessoas a redescobrirem a própria essência. “Música é comida. É nutrição. E eu fico feliz de ser o cozinheiro para as pessoas que têm esse tipo de fome”, filosofa Marcus Viana na entrevista para o programa Conversa com Roseann Kennedy.
Marcus Viana é considerado um dos brasileiros com o maior número de CDs lançados no mercado nacional e internacional. Fez mais de mil e quinhentas composições. Muitas delas ficaram famosas como trilhas de cinema e televisão, como a do filme Olga e das novelas Pantanal e O clone. Ele conta que está revendo o seu acervo para resgatar as “pérolas esquecidas”, aquelas que não chegaram a emplacar. “Eu posso dizer pra você uma coisa apavorante, as minhas músicas mais bonitas não são conhecidas”, afirma durante a conversa.
Além de extenso, o repertório de Viana é variado. Ele transita pela MPB, música clássica, infantil, new age, rock progressivo e muito mais. A sua inspiração vem da história, da filosofia e das religiões comparadas. O músico aceita de bom grado o fato de que nem todo mundo esteja “pronto para digerir” o tipo de som que produz. Diz que não está mais preocupado com os holofotes.
Ele conta que ainda menino começou a criar mentalmente “imagens sonoras” impactado pela força da música de Heitor Villa-Lobos. O pai dele, Sebastião Viana, era assistente do maestro e revisava as suas partituras em casa ouvindo os discos numa radiola. Na juventude, no fim dos anos 70, Marcus deu asas ao grupo Sagrado Coração da Terra, que “está numa espécie de limbo criativo”, confessa, mas que “uma hora vai lançar coisa nova”, promete.
Marcus Viana trocou a faculdade de Direito por uma vaga na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, que deixou mais tarde para fazer shows com a turma do Clube da Esquina. Hoje trabalha com orquestras locais toca com mais frequência com a Transfônica Orkestra, outra das suas criações, que mistura tudo que é tipo de instrumento. Empreendedor, também dirige a gravadora Sonhos e Sons, que além de distribuir música no Brasil, atua na América do Norte, Europa e Ásia. Na entrevista, fala das buscas, dos projetos, como a Pharmácia de Música, e ainda toca alguns sucessos no violino.
Fonte: EBC