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Filme brasileiro em realidade virtual sobre desastre ambiental em Mariana ganha prêmio na ONU
Novidades
Publicado em 09/07/2019

O cineasta e videoartista brasileiro Tadeu Jungle é o vencedor do Festival de Filmes ODSs em Ação. O filme Rio de Lama venceu na categoria Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em realidade virtual/360 graus.

 

O anúncio foi feito esta terça-feira no primeiro dia do Fórum Político de Alto Nível nas Nações Unidas. Na quinta-feira, ele recebe esse reconhecimento no evento que reúne centenas de representantes internacionais em Nova Iorque.

 

Tecnologia

Em entrevista exclusiva à ONU News, o cineasta falou da obra que o destacou entre mais de mil inscritos para o festival. A participação aumentou em mais de 40% em relação ao ano passado.

 

“É um prêmio importante para o Brasil recebê-lo. Eu acho que ele vai fortalecer uma série de princípios que a gente está tentando estabelecer lá. O Rio de Lama é um documentário que tem nove minutos de duração. Ele foi feito em realidade virtual. Esses filmes que você assiste através dos óculos. É tecnologia imersiva onde você está dentro da situação.”

 

Jungle disse que o cenário e as circunstância do filme foram únicos. A experiência imersiva retrata o desastre ambiental na cidade brasileira de Mariana, em Minas Gerais. Os detalhes sobre a produção foram acompanhados por uma audiência internacional em conversa sobre tendências emergentes na ação dos ODS.

 

Foi no início do bate-papo com a integrante do júri, Lisa Russell, que a mediadora e coordenadora do Festival, Ariel Alexovich, fez o anúncio da vitória do videoartista e cineasta brasileiro.

© GlobalGoals UNTadeu Jungle, vencedor na categoria

 

Rompimento

“O Rio de Lama foi feito sobre o desastre de Mariana, em 2015, e foi lançado em 2016.  É um filme que eu considero transformador e histórico na medida em que tem um registro da cidade de Bento Rodrigues, que foi arrasada pelo rompimento da barragem da Vale e da Billington. Ali, a gente conta uma história de uma saudade ou de uma ausência. Eu entrevistei os moradores. Eu fiz no calor da tragédia, eu fui para lá fazer o filme e não tinha um roteiro. Eu não tinha um script. Eu não tinha porque era um documentário feito no calor da situação.”

 

A competição das Nações Unidas oferece aos cineastas amadores e profissionais em todo o mundo a chance de enviar filmes de até 20 minutos.

 

As produções mostram como vários indivíduos e iniciativas podem ajudar a encontrar soluções tangíveis para grandes ameaças que o mundo enfrenta, transformando os ODSs em realidade, como expressou Jungle.

 

Amazonas

“O prêmio é muito importante porque é um prêmio dado pela ONU. Eu acho que ele vai nos ajudar a fortalecer, não somente essas causadas barragens em si, mas também do meio ambiente da luta pelo meio ambiente.  E por todas as lutas que estão se fazendo hoje que são muito importantes. A demarcação das terras indígenas é muito importante.  A questão do extrativismo e da mineração ilegal na Amazônia e nós temos muitas causas muito importantes. Esse filme vai nos ajudar. Vai ser noticiado e a gente vai falar mais sobre isso como a gente está falando aqui e agora.”

 

O evento é coordenado pela Departamento dos Assuntos Econômicos e Sociais da ONU sobre os ODSs e envolve curtas-metragens que destacam as ações de pessoas e organizações no mundo em prol das 17 metas globais.

 

O festival foi lançado do ano passado em conexão com o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece anualmente na sede da ONU.

 

 

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