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Suicídio do cantor Kim Jong-hyun mostra o outro lado da indústria do entretenimento sul-coreana, famosa pela exigência que impõe às suas estrelas
Novidades
Publicado em 10/01/2018

A morte do cantor Kim Jong-hyun no último dia 18 colocou em evidência o enorme estresse mental que vários ídolos têm que suportar na Coreia do Sul e trouxe destaque para as altas taxas de suicídio de um país que se mostra cada vez mais obcecado pelo sucesso.

Dados recentes mostram que o país tem a taxa de suicídio mais alta da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). São 30 casos por cada 100 mil habitantes, um índice que triplicou nos últimos 25 anos, no embalo do sucesso econômico do país.

O crescimento experimentado depois do fim das juntas militares e do colapso financeiro de 1997 deu origem a uma das sociedades mais competitivas do mundo, onde a pressão atinge também os mais jovens: o suicídio é há tempos a primeira causa de morte entre os sul-coreanos com idades entre 10 e 30 anos.

Kim, de 27 anos, morreu depois de inalar fumaça de pastilhas de carvão do “yeontan”. Essas pastilhas, que na Coreia do Sul são usadas em churrasqueiras de restaurantes e nas casas que ainda mantêm antigas estufas, é, infelizmente, um dos meios mais usados para os suicídios no país.

A morte de Kim Jong-hyun mostra o outro lado do brilho projetado pela indústria do entretenimento sul-coreana, famosa pela exigência sobre-humana que impõe às suas estrelas, algo que reflete perfeitamente a crescente pressão que os jovens sul-coreanos encaram.

De acordo com Jeff Benjamin, editor do site “Fuse” que há anos acompanha a cena do K-pop, a indústria da música é muito dura independentemente do país, mas, na Coreia do Sul, isso parece ser mais forte.

 “Dá a impressão de que ser alguém normal na sociedade sul-coreana já é muito difícil em termos gerais, dada a cultura de enorme pressão que existe em nível educacional e profissional”, afirmou o especialista, lembrando que a Coreia do Sul é uma das poucas nações desenvolvidas onde a quantidade de suicídios aumentou nas últimas décadas.

O principal vocalista da SHINee deixou uma carta de despedida que evidencia toda a aflição que o jovem sentia. Nela, Kim conta o esforço que fez para conquistar a fama, cujo peso era incapaz de suportar e, principalmente, a profunda depressão que sofria e a falta de ajuda médica e psicológica com a qual se deparou.

Leia mais no site da revista EXAME

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